Os pneus são o que te “cola” à estrada, devem por isso ter uma atenção especial. Quanto mais um pneu durar, menos “agarra” e, provavelmente, mais atrito vai causar e reduzir-te a velocidade. Quanto mais aderência tiver, mais rápido se vai gastar. Este equilíbrio nem sempre é fácil de encontrar, principalmente para quem faz mais de mil kms por mês. Ando atrás dele há alguns anos e já utilizei pneus que são autêntica cola, mas chegam aos 1800 kms e furam várias vezes seguidas pelo desgaste.
Os pneus podem ser tubulares, tradicionais (clinchers) ou tubless.
No pneu tubular, pneu e a câmara são um só, tipo um tubo e, diferente dos clinchers, o conjunto não se encaixa no aro, dependendo de uma cola especial para ficar no lugar. Em caso de furo, é preciso colocar um líquido especial dentro do pneu e esperar que o corte não seja demasiado profundo. A grande vantagem deste tipo de pneu é a construção simples do aro, que permite reduzir bastante o seu peso, e o conforto proporcionado pelo desenho em tubo. Além disso, graças ao encaixe perfeitamente redondo no aro, o tubular é mais flexível, podem ser usados com pressões maiores mantendo o conforto e a aderência.
O clincher ou pneu tradicional, é, certamente, o tipo mais comum da actualidade. Este tipo de pneu conta com um desenho especial e talões de aço ou kevlar para se encaixarem por dentro de um aro que também contam com uma ranhura para esta função. Embora a maioria utilize câmaras internas de ar, alguns clinchers apostam num desenho similar ao encontrado nos carros para funcionar sem a câmara. Conhecidos como tubeless, este tipo de pneu é menos propenso a furos, pode ser utilizado com menos pressão e, muitas vezes, possuem menor resistência à rolagem, "segurando" menos o movimento da bicicleta.
Os sistemas tubeless são já considerados dos melhores e oferecem claramente mais vantagens sobre a velocidade, conforto, aderência e resistência aos furos.
Não existe fricção entre o pneu e a câmara. Este facto reduz significativamente a resistência de rolamento, ficando mesmo abaixo dos pneus ultra-leves com compostos especiais de competição. Os pneus tubeless podem rolar com pressões mais baixas, sem sacrificar a performance! Existem vantagens substanciais no conforto, mas também aumenta o controlo em situações críticas e estradas com asfalto rachado.
Os sistemas tubeless têm elevada resistência aos furos. A perda súbita de ar por desencaixe do pneu ou pela válvula é impossível. Os pneus tubeless não só são mais resistentes aos cortes, como o selante é capaz de vedar um furo em milésimos de segundo.
Depois de ter experimentado vários pneus em mais de 150 mil kms de treinos e competição, a minha escolha recai sobre os TUFO HI Composite Carbon tubular 25 mm, que reúnem, para mim, o melhor compromisso entre aderência e longevidade. O pneu traseiro faz mais de 7000 kms, com média de 1 furo (é relativo, já que no inverno e depois das chuvas as estradas estão mais sujas e temos tendência a furar mais frequentemente) e o pneu da frente mais de 15.000 kms. Em competição, vou usar um pneu mais deportivo, o Elite S3, um tubular que pesa menos de 225 gramas e torna a bicicleta bastante mais ágil e controlável.
Ivo Almeida
No ciclismo de estrada encontrei prazer, diversão e sofrimento, no mesmo desporto. Isso apaixona-me.