2021-11-12
Vitórias nos Granfondos da Senhora da Graça e do Douro, o segundo lugar em Torres Vedras e o título regional de rampa são alguns dos resultados que fizeram de Marco Alves um dos ciclistas do ano entre os amadores e que não passaram despercebidos a ninguém e muito menos à ACDC Trofa, equipa que o convidou para integrar a sua estrutura em 2022. Um “salto” que Marco Alves já não pensava dar, como contou o ciclista de Oliveira de Azeméis ao Diário de Aveiro.
“Vai ser bom pela experiência”
Questionado se terá sido a sua prestação nos Grandondos a abrir-lhe a porta do pelotão profissional, Marco Alves, que nos últimos anos representou o Clube Desportivo Soutense, acredita que sim. “Provavelmente foi por isso, pelas vitórias e prestações que efectuei este ano. A época foi muito boa. Só fiquei mesmo desiludido por não ter podido lutar, devido a um furo, pela vitória no Grandondo da Lousã. Era a prova, juntamente com a da Senhora da Graça, que queria mesmo vencer. (…) Ligaram-me, apresentaram-me o projecto. Claro que havia aquele bichinho de experimentar as corridas profissionais, mas não fazia parte dos meus planos, sobretudo tendo em conta a minha idade, ter essa oportunidade”, que, na realidade, não irá mudar muito a sua vida, como fez questão de explicar. “Vou continuar a ter o meu trabalho , que foi uma das condições que coloquei. Sei que o nível é completamente diferente, terei que treinar mais um bocadinho, mas, sobretudo, vai ser bom pela experiência. Eu, perder, não vou perder nada… só vou ganhar”, vincou, satisfeito por poder, por exemplo, testar os seus limites junto dos melhores.
Na formação da Trofa, na qual irá competir na próxima temporada, será um dos ciclistas de elite de uma equipa que terá, maioritariamente, corredores Sub/23. A licença da ACDC Trofa permitirá a Marco Alves efectuar todas as provas profissionais em solo nacional, com excepção da Volta ao Algarve e a Volta a Portugal.
“É uma realidade completamente diferente”
Marco Alves não tem objectivos definidos para a próxima época e a experiência dos seus 29 anos não o deixam embarcar em “sonhos” irrealistas. “Acima de tudo, eu quero divertir-me e ajudar a equipa no que me for pedido. Resultados individuais? Tenho os pés bem assentes na terra. É uma realidade completamente diferente. O que posso garantir é que me vou esforçar ao máximo. Dedicar-me mais, acrescentar um pouco de volume de treino às semanas”, explica o ciclista, que assume ter disponibilidade para “treinar mais meia hora/uma hora por dia” e “vontade para o fazer também não me falta”, disse Marco Alves, enquanto confidenciava ao Diário de Aveiro estar também um pouco dorido por já se encontrar a preparar a nova época.
“Um ciclista completo”
“Eu não digo que tenho uma característica em que seja fraco ou muito bom. Considero-me, e quem me treina e me segue também, um ciclista completo. Consigo sprintar, rolar bem e desenrasco-me bem a subir. Talvez descer, sobretudo se o piso estiver molhado, seja o meu ponto menos forte”, finalizou Marco Alves depois de convidado a descrever-se enquanto ciclista.
Sem formação, mas com muita dedicação
Marco Alves não fez formação de ciclismo. Começou a andar há meia dúzia de anos, com os amigos, sempre na estrada. “Fui evoluindo, treinando e aplicando-me cada vez mais até que este ano levei as coisinhas mesmo a sério e a verdade é que os resultados apareceram”, reconhece o ciclista que habitualmente treina na zona de Oliveira de Azeméis. A realidade é que as performances que teve este ano não são obra do acaso, são mesmo sinónimo da sua dedicação à modalidade. “Habitualmente, treino seis dias por semana entre 15 e 20 horas. Mais próximo das provas tenho muita atenção à alimentação, ao descanso e à recuperação”, elucida Marcou Alves, que, este ano, já tem cerca de 17.000 quilómetros feito em cima da bicicleta e teve, inclusive, a oportunidade de efectuar um estágio em altitude na Serra Nevada. “Adorei, foi uma experiência espectacular. É uma zona incrível para andar de bicicleta e nas duas semanas seguintes senti o impacto dos treinos na minha performance”, reconheceu Marco Alves, que, confessa “gostava de repetir a experiência”.
Notícia: Diário de Aveiro (Hugo Filipe Santos)
Foto: tiagoferreiraphoto
VOLTARIvo Almeida
No ciclismo de estrada encontrei prazer, diversão e sofrimento, no mesmo desporto. Isso apaixona-me.