Imaculada Estrela

2021-04-23

Imaculada Estrela

Um treino inesquecível

Eram 6.30 horas em ponto quando arrancámos de Aveiro. Pela frente, cerca de 1 hora e 30 de caminho separavam-nos de Seia, local (quase) sempre de partida para as aventuras em bicicleta na Serra da Estrela.
Partimos às 8 e meia, depois de um segundo pequeno-almoço energético e recheado com cafeína. Eu, o Miguel Guedes, o Pedro Monteiro, o José Carlos Silva e o Pedro Oliveira. E o nosso guia, Henrique Boto, que conhece a Serra como a palma das suas mãos.
O destino era: subida. Mas desta vez uma muito especial, uma que nunca tínhamos ido, mas que ao ouvir falar arrepiavam-se os mais pequenos pêlos dos braços: Alto do Colcurinho, uma “crono-escalada” com 18 kms, em que os 2 últimos são de pendente acima dos 10% de inclinação.

As vistas são de arrebatar o mais experiente dos olhares, e vão aumentando de intensidade à medida que subimos ao Alto da Senhora das Necessidades. Pelo caminho, destaque para a travessia do Santuário da Senhora das Preces, em Vale de Maceira, que nos brinda com umas refrescantes e verdes sombras.
Uns kms à frente, corte à esquerda e força nas pernas. Quando chegamos lá acima, ofegantes pelo esforço hercúleo, a vista compensa todos os watts gastos: uma das melhores panorâmicas sobre a Serra da Estrela.
Seguiu-se o deslumbrante Piodão, já em direcção a Unhais, em mais de 50 kms pela Nacional 230. Almoço às 15 horas, debaixo de uns tórridos 36 graus, antes de nos fazermos novamente à estrada.
A última subida, Unhais-Torre, era a última dificuldade que nos esperava nesta aventura. O calor, o cansaço e os cerca de 800 metros de ascensão que nos faltavam, obrigaram a várias paragens para contemplar o espectacular cenário de montanha. A Subida de Unhais da Serra para a Torre é uma estrada cheia de curvas, com uma passagem do género "Passagio di Stelvio". Depois disso, 2,5 kms de sterrato muito acessível, com uma paisagem de cortar a respiração.
Chegámos à torre e voltamos a abastecer: a típica sandes de presunto e queijo, coca-cola, café e gelados. Depois, descer até Seia era uma tarefa fácil até que... faltavam 500 metros de subida para um recorde pessoal e lá voltamos para trás, quase até ao Sabugueiro, para cumprir um objectivo de última hora.
No total, foram 7 horas de bicicleta bem passadas, com 165 kms e 4300 metros de desnível positivo. A repetir com certeza.

VOLTAR

Últimas Publicações