2021-07-25
A Serra da Freita fica bastante perto de Aveiro, a cerca de 1 hora e pouco, em bom ritmo. São inúmeras as entradas de acesso ao seu manto verde: umas mais íngrimes, outras mais suaves, todas elas de encanto fácil. Normalmente, subo pelo lado de Arões, quem vem de Sever ou até mesmo de Rocas do Vouga, ou do Arestal. Esta última vez, seguimos as placas pelo centro de Vale de Cambra, percorrendo os 15 kms até ao topo do gigante de 1000 metros, que atinge a sua altura máxima junto ao Radar Meteorológico. Por esta estrada, circulamos num extenso planalto, muito perto das nuvens (quando as há) e cedo damos conta do ar de paraíso perdido, visível nas suas aldeias históricas, povoações abandonadas e dezenas de locais de interesse geológico que guardam a história do nosso planeta.
O treino estava marcado e era de subida, por isso, não era a chuva miudinha, que teimava em não desaparecer, que nos iria demover do destino traçado. Lá fomos subindo, até chegar a um dos ícones desta Serra: a cascata da Frecha da Mizarela, a uma altitude de 975 metros (uma das mais altas da Europa), numa queda de água de cerca de 75 metros. Desta vez, não seguimos para a Panorâmica do Detrelo da Malhada, bonito de mais para ser descrita.
É uma vista incrível sobre Arouca (em frente), e para Norte, as elevações do Gamarão, o vale do Paiva, a serra de Montemuro, o encaixe do vale do Douro, as serranias da região de Valongo e as minhotas até ao Gerês. À medida que rodamos o olhar, para ocidente, avista-se a região litoral entre Espinho e o Porto, e, a oriente, destaca-se o Côto do Boi, a serra da Arada, onde surge, proeminente, o S. Macário e, ainda a serra do Marão. São tantas as entradas para a Freita, que é difícil descrever todas.
Destaco duas bastante duras: a entrada por Vale de Cambra que sobe para o Frecho da Mizarela e a subida pelo lado de Arouca, que vai ter quase direta ao Detrelo da Malhada, com uma inclinação descomunal e paisagens de cortar a respiração. De qualquer das formas qualquer treino, passeio ou volta até à Freita, a sair de Aveiro, é um empeno com mais de 120 kms e 2000 d+. Telemóvel carregado para tirar muitas fotos à Natureza em estado puro.
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Ivo Almeida
No ciclismo de estrada encontrei prazer, diversão e sofrimento, no mesmo desporto. Isso apaixona-me.